terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Uma mensagem sem resposta !

Na verdade a gente procura instintivamente uma forma de sair pela tangente,de minimizar o sentimento de desconsolo e inquietação que tomou conta de todos.Nem sei mais qual a definição correta ,mas entendo que esse acontecimento  de Santa Maria,que todos dizem ser uma tragédia,está mais para hecatombe que qualquer outra coisa.A dimensão que o fato assumiu e a dor que causou em cada um particularmente só poderá ser avaliada com o decorrer do tempo.Agora,no momento,o que se nota é todos cabisbaixos,reflexivos  e com uma lástima imensa dos que se foram,dos que ficaram e até de si mesmos.Não houve ninguém que de uma forma ou de outra não tenha sido atingido,e, profundamente ferido.Cada vez que acesso algum tipo de noticiário em qualquer veiculo de comunicação, transparece lá no fundo aquele desejo que se sabe que não acontecerá,mas que não deixa de aparecer,que foi um sonho,que não houve essa desgraça toda.E são sempre as mesmas imagens,a dor penetrando mais e mais ,tão intensa que nos agarramos em detalhes que emocionam,para de alguma forma tentar minimizar o que não pode ser minimizado.E são milhares de detalhes que penetram como uma lâmina que machuca profundamente e doi sempre mais.O detalhe que mais me machucou,que continua judiando cada vez que lembro,além do conjunto todo do sinistro ,é aquele contado por uma participante do atendimento as vitimas e que fala de celulares tocando insistentemente e vibrando recostados em peitos onde o coração não mais batia,e seus donos não poderiam atender .A dimensão daquilo tudo,de quem ligava,da ânsia por noticias e sua ausência de respostas não me sai da cabeça e acho que por bom tempo vai permanecer.Por instinto talvez,a atendente pegou o celular de uma menina e havia uma mensagem chegando,querendo saber da filha onde estava e porque não respondia?Entendo a utilidade de um celular,mas mesmo assim nunca fui muito fã deles,agora então são quase um inimigo intimo.






segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Mais um adeus !

Não é porque seja quase uma despedida que tenha a obrigação de ser sofrida,dramática ou derramando emoções.Pode ,e acho até que é melhor assim,que seja algo discreto,sem alarde,como quem sai sem culpa,devagarinho e em paz consigo mesmo.Eu,particularmente,prefiro desse modo,sem acusar ninguém e sem dar oportunidades de me culparem pelo afastamento,acredito que se ele está ocorrendo ou já ocorreu,foi resultado de nossos próprios atos ou atitudes ou até expressões.E o mais razoável me parece encarar o processo todo como algo natural ,como algo que mais dia menos dia todos tem de encarar,seja pela vez primeira ,seja continuamente até acostumar.O adeus,quando acontece entre duas pessoas é apenas consequência de algo que vem se avolumando há algum tempo e ,mais dia menos dia,chega ao ponto de saturação e tem de sobressair.Mas todo o adeus tem também ,embutido naquela espécie de pasmaceira que o precede ,muita coisa de belo,de interessante, e sempre ensina algo,que quer queiramos ou não servirá de ensinamento para outras situações futuras e que certamente virão.Porque nada se torna eterno,tudo é mutável e como somos quase escravos do novo ,do desconhecido que nos atrai,de alguma forma adquirimos uma coisa nova que irá futuramente alavancar alguma ideia nova,seja ela alvissareira ou não,coisas que só o passar do tempo mostrará.Convém lembrar,e sempre lembro disso,que um filósofo de boteco disse muito bem, que nós é que passamos,o tempo apenas faz a volta e retorna ,mesmo que com outra roupagem,mas retorna.Por isso não abomino o adeus,como que seja algo relacionado a tristeza ou melancolia,mas o atrelo a horizontes que se abrem e que pela própria vastidão da vida se ampliam mais e sempre.E repito ,sempre,que venham outros e que ao se repetirem me façam mais sábio das nuances todas do amor e do desamor,das lembranças que ficam e das que se vão,dos abraços e beijos que foram trocados e daqueles que tive apenas vontade.Sei lá quais foram os em maior quantidade,mas todos foram válidos,até porque alguns que não ocorreram poderão um dia acontecerem,os que existiram ,estes não se repetirão,com certeza,pois águas passadas não movem moinhos. 

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A arte de sobreviver !

Acho que posso me considerar um sobrevivente,sim,é isso,um sobrevivente.Todos sabemos que o espantoso desenvolvimento da tecnologia "reduziu" o tamanho do mundo e as mudanças e as transformações se sucederam numa velocidade até assustadora.Em curto espaço de tempo mudaram os conceitos,os valores se alteraram,em muitos casos substancialmente,quando o que era tido como certo ou errado mudou de lado.Aqueles costumes tradicionais cultivados geração após geração de repente deixaram de ter sua importância e outro tipo de viver ocupou aquele espaço especifico.Quem é de ontem,de antes dos novos tempos e não evoluiu junto (considerando que houve evolução),marcou passo e ficou perdido em lembranças e recordações que dia após dia se tornam mais longínquas, fora da realidade atual.Quem é do outro lado,do atual,dos tempos de hoje,ditos modernos, sequer sabe que noutros tempos existiu outra civilização,outros costumes,outra maneira de encarar a vida e seus desmembramentos.Só existe o hoje e projetar o amanhã,porque sempre  nos dias atuais o amanhã está bem perto,já que as mudanças continuam  a ocorrer com a rapidez que já se tornou  um marco atual.E aí é que surge a figura do sobrevivente,aquele que sendo de outros tempos e que foi "contaminado " por tudo que advinha de lá e tinha convicção e acreditava naquilo tudo,soube se transportar e aprendeu a andar em caminhos que soube desvendar,quem sobreviveu se deu e se dá bem.Não há ,para quem conhece os dois lados,deixar de continuamente fazer fusão de ambos e ao juntá-los sempre terá um resultado mais apurado,pois o conhecimento do passado oferece condições de fazer um futuro mais  ameno,com mais conteúdo e com sentimentos mais arraigados.O sobrevivente não consegue se equilibrar no arame e nem precisa,pois ele tem as duas estruturas sólidas onde se apoiar.E por ter mais experiência e mais aprendizados,sabe dar e receber de forma mais adequada,sabe amar sem noção de final,mas sabe também sair com mais facilidade porque as vivências contrastantes também lhe ensinaram.E ao levar sua vida com vivências lá e cá,lá, que quer dizer gente de lá dos outros tempos e cá, com gente de hoje e também com o que advém dessa vivência,as coisas atreladas ao pessoas mais jovens.o resultante disso tudo é se transformar em um  ser híbrido em todos os sentidos.Talvez ame mais e por consequência acabe por sofrer mais,mas se tudo é maior, no fim das contas vale a pena.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Sem explicação !

Não posso afirmar que seja algo que caracterize ou que identifique um modo especifico de tratar pessoas ou de conduzir um envolvimento.Até porque entendo que em qualquer forma de intercâmbio emocional a dualidade é uma maneira obrigatória e a mais acertada que fazer com que,enquanto dure,seja esse relacionamento o mais agradável e propiciante de prazeres de toda forma.Mas que é um detalhe que tem me alertado e deixado atento para olhá-lo de forma diferenciada,não há dúvida que é,e cada vez se torna mais latente.O que tem acontecido e que até poderá ser uma tendência ocasional deve-se ao fato ,ou aos fatos,já que são vários,de que toda pessoa que mantém um envolvimento comigo ,durante e no decorrer desse imbróglio todo,cresce paulatinamente em todos os sentidos,chegando de maneira natural ao topo de sua capacidade.Explico melhor,a mulher no caso,atinge tanto na sua forma física como na atividade mental um grau de atividade que nunca teve antes,atingindo um nível de beleza elevado e uma capacidade de entendimento e raciocínio acentuados. Isso ocorre enquanto estão ,cada uma ,ao meu lado,no momento em que se afastam, ou são afastadas, começam naturalmente a perder seu brilho,como se desmoronasse toda a estrutura que foi montada e iniciam um retorno ao status quo antigo.Sei que colaboro de várias formas para que isso aconteça,mas me surpreende que seja atingido graus tão elevados  de tirocínio e se acentue tanto belezas que talvez tenham passado despercebidas.Eu sei também que a minha contribuição se dá de muitas e variadas formas,desde o incentivo e  ajuda física, até desdobramentos específicos e pessoais para cada individualidade.Interessante também que toda vez que ocorre um reencontro ocasional haja uma certa tendência revisionista,de saudades e de lembranças que ficaram,mas sempre deixo bastante claro que nesse tipo de trocas consentidas e que se perderam não há chance de retorno,de revanche,pois isso não é uma luta ou um jogo,mas cada uma é um pedaço de e da vida.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O Django crioulo !

Na verdade eu esperava mais do novo filme de Tarantino,não que superasse seu filme anterior,Bastardos Inglórios, mas de qualquer forma um enfoque diferenciado de alguns dos problemas da escravatura norte americana.Ao transferir à um escravo todos os poderes decorrentes de sua precisão e eficiência com as armas,agregando-lhe um papel exclusivo dos brancos na época,o caçador de recompensas,Tarantino fez o que sabe fazer muito bem em seus filmes,subverter a ordem  e fazer da própria desordem decorrente a nova lei que se impõe pela força.Até aí está de acordo com seus padrões,mas a mensagem que deixa torna-se dúbia e recalcitrante,pois ao demonstrar que não se deve fornecer ao subordinado meios de superar o patrão ,já que este pode ser além de subalterno um inimigo em potencial.E pode superar e tomar as rédeas do poder,tornando-se alguém com poderes quase invencíveis.Também subverteu totalmente a literatura relativa ao faroeste gringo,ao fazer com que um negro se tornasse invencível no manejo das armas  e no diletantismo verborrágico dos grandes usurpadores do poder pela força.Ao estabelecer que um alemão desempenhasse inicialmente o poder que pouco a pouco cedeu ao "crioulo",fica a impressão que quis premiar a brilhante atuação do ator em seu filme anterior.Talvez  o aspecto que mais demonstrou coerência seja a da adesão dos negros,grande parte,a causa escravagista,sendo eles mais duros e maldosos que os próprios patrões brancos,os quais ,pelo filme viam tudo como um negócio em potencial,e negócio tem que dar lucro.Em síntese, o maior racismo advém do próprio negro,que ao fechar os olhos as dores dos negros,assumiu o papel do justiceiro de sua raça,despejando nela sua raiva e seu ódio.Como todos os filmes desse Diretor,além de polêmicos e muitas vezes contraditórios neles mesmos,não deixam nunca de mostrar,através de expressões ou frases e até situações,fatos que se tornam corriqueiros e que são,em muitas ocasiões,nesse filme,revelados por  DiCaprio em brilhante atuação,fato este rotineiro.Até dá para ver,mas estaria bem mais de meu agrado se o filme fosse uns vinte minutos mais curto,onde algumas cenas em que predominou o exagero do exagero,poderiam ser suprimidas.A pergunta final que fica,questiona o que irá acontecer dali para diante,já que ao modificar conceitos estabelecidos,muda também a visão do amanhã.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Um beijo molhado !

É melhor que certas coisas que acontecem nem sejam contadas,apenas lembradas até que seu efeito se dissipe,de tão inverossímeis que são.As classifico como fatos inusitados,pois quando ocorrem são completamente inesperadas e até fora de qualquer contexto.O mais razoável é superar o choque da surpresa e vivência-las ,tirando delas aquilo que julgar de útil ou interessante,pois algo definidor e duradouro certamente não ocorrerá.Mas,de qualquer forma,tenha o impacto que tiver,elas,as coisas inusitadas,nos alegram,nos encantam,nos levam a muitos devaneios e nos encantam,pelo aspecto de que é algo inesperado e descabido.E também nos levam a pensar,a procurar respostas para o que é quase certo que não tem resposta,pois não houve questionamento,surgiu do nada e como não tem origem,ali mesmo definhará.Seria simples demais defini-las como coisas da vida,que é a forma que quase sempre utilizamos para não explicar aquilo que nos é inexplicável,mas acho melhor dizer que são coisa de nós mesmos e esses excessos fazem o papel de sublinhar todas as  coisas inusitadas que acontecem e que muitas vezes nem nos damos conta.Mas,a festa estava animada com o local totalmente lotado de gente moça,de mais idade,gente feia,gente bonita,uma ou outra que se sobressaía e pessoas de todas as matizes e todos os níveis de gordura localizada ou escondida.Sempre que me encontro numa reunião assim, automaticamente,é algo que defino como uma coisa implícita em mim,classifico mentalmente todas as mulheres das interessantes para cima e vou eliminando uma a uma ,até que fique ou sobrem aquelas que selecionei como "comíveis".Sei lá,não há maldade nem cretinice nenhuma,é algo que acontece sem nem me dar conta,uma coisa tipo intuito natural,e sobrou apenas uma que mereceu minha aprovação.Bonita,metida num short esvoaçante,era de fato a soberana da festa e quando nos cumprimentamos após a conveniente apresentação ,houve a troca de sorrisos e o brilho de interesse no olhar,aquele brilho que demonstra apenas que essa é uma pessoa interessante de conhecer,até porque a moça se fazia acompanhar de sei lá que classificação de companheiro.Alguns olhares que se cruzaram,algumas gentilezas de parte a parte ,breves e protocolares ,quase,trocas de palavras,ia tudo assim sem sequer pensar em nada mais,além de curtir a festa e seus convidados,com bons bate papos e alegria natural da descontração geral,entremeado tudo,pelas risadas resultante de piadas e brincadeiras. Nesse tipo de festa,depois que acaba o verniz protocolar e todos se soltam e ficam a vontade,nada é de ninguém,a casa e suas coisas e come e bebes pertence a todos ,todos se servem ,tudo é realmente uma festa  e encontros inesperados acontecem .Quando fui até a cozinha em busca de um outro copo encontrei lá apenas uma pessoa,a moça do short esvoaçante,que também estava envolvida em lavar um copo.Sem mais nada além de um olhar e um sorriso ela perguntou se podia me dar um beijo e antes que eu esboçasse sequer a surpresa pelo inusitado,pegou meu rosto e deu um beijo,daqueles beijos beijados,molhados,no canto da minha boca.Quando pensei em retribuir ela já estava fora de alcance risonha e alegre,faceira e aparentemente feliz.Já falei aqui em outros posts que beijo no canto da boca, para mim, é beijo de promessa,beijo que fala de amanhã.Quando voltei a sala principal não mais a vi ou encontrei,acho que tinha ido embora.Acho que isso é o inusitado que falo,acho também que nunca mais vou encontrá-la e chego a conclusão que é muito provável que eu tenha servido de algo para satisfazer um desejo,ver a reação de algo que gostaria de conhecer,que fui o agente  na hora que resolveu.Mas,que gostei não posso negar e o molhado de seu beijo beijado e chupado,ainda não quis lavar.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Uma confusão!

Não sei ao certo em qual estágio se deu o fato,se no aceitar o reforço da segunda caipira ou se no decorrer de outro entrevero qualquer.Mas de repente a moça estava sentada em minha mesa desfiando suas dores e contando coisas que eu nem pensava e sequer me interessaria em saber,noutra circunstancia afim.Mas ali estava eu ouvindo e já
 falante também, o que talvez seja justificado por ter atravessado diálogos não deveras salutares e que deixam ,sempre e invariavelmente ,necessidades de desabafos.de contrapontos.Foi de fato tudo muito rápido e bastante enevoado,pois em outro momento já me vi em lugar desconhecido,numa sala de uma casa incerta e não sabida,ouvindo músicas que sequer tenho como preferidas e bebendo água mineral sem gás,e detesto água mineral sem gás.Mas a moça era ,ou é, sei lá,agradável e não seria de bom alvitre magoá-la.E ela falava sei lá o que e eu ouvia e concordava sei lá porque,acho que por solidariedade implícita.E de repente veio uma sopa surgida não sei de onde e que estava gostosa,pois eu estava com fome ,eu não comia nada desde de manhã,apenas exagerava um pouco nas bebidas.Também,eu não sabia como fazer para engolir aquelas frases cruéis que não gostaria de ter ouvido e ouvi,e engoli contra gosto e fui forçado a digeri-las.Somando tudo acho que foi isso que proporcionou o enredo todo,e a ocasião claro,já que a ocasião faz o ladrão, diz o ditado.Não posso dizer do que houve depois da sopa pois não tenho certeza,só sei que algo houve e agora que me encontro em casa são e salvo e sequer sei como cheguei aqui e nem sei onde está meu carro,espero que em lugar seguro,cabe apenas contar isso tudo.Que pode ser nada ou ser muito,vamos ver outro dia qualquer pois não sei se reconhecerei a moça ou se la vai saber quem sou.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A borboleta!

Não sou titular naquele time que joga e permanece indefinidamente nos mesmos relacionamentos,frequenta sempre os mesmos lugares ,senta na mesma  cadeira e sequer cruza a outra perna para não desfazer o mantra inventado ,sem noção e besta e seguramente inconsequente.Tipo essa turma que se apega as mesmas coisas por simples medo de mudar,e lógico,perdem ou ganham ,mas não vivem com a intensidade que me serve e sem as nuances que ,em ultima análise, eu que tenho de estabelecer.Pouca coisa é tão salutar e estimulante como o cheiro de um perfume novo,exalado por outro corpo,com um suor mais salgado ou mais úmido,que se insinua,que penetra e cria os motivos de ficar ou de ser só uma passagem,um gosto de ocasião.
Hoje quando estava absorto na leitura do livro do momento,de repente entra pela janela aberta,sem que eu visse,e calmamente pousa em minha mão ,uma borboleta preta e de asas multicoloridas com aquele desenho próprio delas,onde a ausência de forma definida e os contrastes determinam a beleza do conjunto.Pois,me pereceu,que a borboleta me olhava (você já prestou atenção nos olhos de uma borboleta?)e ao ficar breves segundos ali pousada e eu a olhando imóvel,parece que ela trazia um recado,um recado de alguém que não deseja que eu pare de voar,que continue mudando e aí é que está o núcleo de tudo,não pare até chegar nela,que espera resignada e paciente que chegue sua vez.Compreendi que,apesar de passado tanto tempo no mar agitado das coisas perdidas,que chegou tua vez,a definitiva e que é,tudo indica que sim,o tempo de aportar e jogar as ancoras e se refugiar definitivamente em teus braços.Que bom que a estrada tem seu fim em teu colo,já era tempo.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Tempo de validade !

Acredito que todo o relacionamento para durar um determinado período necessite de um tempo de maturação,onde os envolvidos se conheçam e estabeleçam seus critérios ,que irão definir a forma como se processará.É razoável considerar que isso é relativo ao dia a dia normal e ao modus operandi corriqueiro,onde não faltarão certamente as delicias do não previsto,as surpresas,os devaneios.Entretanto penso que um relacionamento que se estenda por um longo período vai pouco a pouco se tornando quase uma tortura,já que certamente não haverá mais surpresas,nada de novo,só um repeteco infindável ,desestimulante e massacrante.Essa história de amor eterno,acontece exatamente como disse o poetinha, enquanto dure,a partir dali é tortura pura.Fico imaginando os parceiros se culpando mutuamente por essa união ter durado tanto e não ter permitido que cada um provasse outros sabores,até mesmo como simples experiência de comparação.E sentir o mesmo cheiro dia após dia,ano após ano,torna esse cheiro quase um mau cheiro,de tanto ser repetido e inalado.No meu entendimento deveria ter um contrato de durabilidade,que a partir do tempo acordado necessitasse de renovação periódica com a concordância de ambos.Os compromissos decorrentes seriam sempre responsabilidade de ambos,mas as novas experiências,se houvessem dariam certamente um novo toque e um valor diverso ao que já se tem com o que quero agora.Porque assim como o tempo,as necessidades e as aspirações mudam.





sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Palavras !

Quanto mais tempo vivo mais fico convencido que são as palavras,muito mais que qualquer coisa ,que determinam o rumo ou as ações que norteiam a vida de cada um.Muito se fala em atitude,atividade e tal e coisa,mas ela,a palavra escrita,falada ou sussurada,é que as faz acontecerem.Bastam algumas letras colocadas na ordem correta e pronunciadas para que se mude todo um enfoque ou se confirme e intensifique o mesmo.Não pode prosperar nada que não seja confirmado por elas,todas as coisas decorrentes de qualquer desenrolar provém e estão basicamente atreladas ao que foi dito ,ou ,não dito mas pensado,o que vem a ser a verberação de palavras ocultas,apenas pensadas,não grafadas ou gravadas.Esses dias,num papo com uma das raras pessoas,talvez a única, papo cabeça com quem mantenho uma conversa quase regular ,ela colocou duas palavras que de repente mudou a forma de ver o que já tinha sido visto e definido.De súbito percebi que estava agindo justamente ao contrário daquilo que ela pensava e que ,por meu lado,pensava diferente.Questão de enfoque talvez,ou de percepção tardia ou até de interesses ocultos e não revelados de parte a parte,ou só de uma.Tudo é possível,mas naquele momento dei um stop mental nas opiniões e parei para refazer conceitos e reequilibrar a balança.Como é de minha índole,sempre derivo para o deboche ,mesmo que mental e solitário e dessa vez me veio a mente o motorista do automóvel,que ao indagar do carona se vinha algum carro, ou não, para ele atravessar a faixa tranquilo,este disse vai,vai...  ele foi e se esborrachou num ônibus,se rebentando todo.Aconteceu que faltou uma ou duas palavras,pois o carona era gago e queria dizer que vai ...vai... passar um ônibus,mas como era gago...faltou uma palavra.Muitas vezes pode faltar uma ou duas palavras ou até uma frase completa,mas jamais elas podem ter reticência,devem ser diretas e endereçadas ao ponto certo.No caso que citei do papo cabeça,sã cabeça,fico com a minha interpretação,pois papo cabeça também tem sentimentos.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Las portas cerradas !

Não tem outra saída,é algo que deve ser considerado como prioridade e enfrentado como tal.Quando alguém que faz parte de nossa elite intima se afasta,e falo intima em qualquer aspecto,já que é dos eleitos,ela fecha uma porta,E é justamente isso que temos de ver e entender toda a sua extensão,pois não é só a porta que se fecha,é todo seu entorno e o que ele envolve.As flores do jardim deixam de existir e nem sequer o maldito gato incomoda com seu roçar chato e insistente(não gosto de gato,os acho parecidos com mulheres,mesmo bem tratados de repente arranham a gente).Nem todas ,claro.Mas esse também é o momento que deve-se olhar para trás e vislumbrar o passado,um passado onde se enfileiram dezenas e dezenas de portas fechadas.Entretanto,desde que a primeira vez aconteceu sempre outra e outra se abriu e assim foi e assim será de novo.Agora,se formos ,até por diletantes,fazer uma visita a las portas cerradas ,como diz o tango argentino e famoso,e se formos curiosos e mesmo não tendo sequer lembranças que tenham resistido ao tempo e as variações da vida,as abrirmos,uma depois da outra,veremos que detrás daquelas portas não existe mais interior,apenas uma parede fria e branca de algo que morreu com o tempo.Talvez em alguma mais recente ainda encontre uma luz já mortiça e que pouco ilumina o ambiente e uma taça de carmenére empedrada e já azeda.Na última ,enquanto não se abrir a próxima,é melhor deixar fechada,pode sair dor e pode querer entrar de novo,o que não é bom,pois o entra e sai pode estragar a fechadura. \E aí,fica complicado.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Factoides !

Uma coisa que acredito e que costumo respeitar nos outros,ou mais especificamente naqueles com quem tenho alguma convivência,é de que cada um sabe de si,não sendo necessário que outro  diga quem é o que deve fazer ou como agir.É ponto pacífico esse ponto de vista e a postura correspondente a respeito,crer acredite ou desconfie ,mas o respeito é fundamental.Entretanto,eu diria que de certa forma é bastante comum algum de nós criarmos seres fantasmas,uma espécie de factoides ,para preencher alguns vazios internos ou até para substituir coisas ou pessoas reais,que por motivos diversos não foram vividos com a intensidade  e da forma desejada.Então fantasiamos e colocamos naquele ser imaginário a perfeição que não existe e,que os reais substituídos estão há séculos   de distância.Na verdade isso não é um fato relevante pois não cria dependência,não causa mágoas e sequer ficam lembranças para curtir.De repente,não mais que de repente,pelo surgimento de algo ou alguém real e palpável aquilo some ,e onde não não houve fatos, somente ilusões quase   adolescentes,desaparece como surgiu e sem deixar vestígios.Se considerarmos tal estado de coisas como uma auto terapia de cunho especificamente egolóstico,onde a principal razão é a persuasão pessoal,é algo muito útil,pois aprender a dialogar consigo mesmo ensina a contrapor as suas opiniões e idéias as opiniões e idéias de outrem que não é nada mais que o próprio autor.Complicado,mas nem tanto,quem já viveu nem lembra,mas quem está vivendo está quase no céu.Só podia ser.

domingo, 6 de janeiro de 2013

Todos os ventos !

Nenhuma diferença faz saber se ela chegou depois ou se eu parti antes da hora,o que importa é que esse detalhe se tornou fundamental e um marco demarcatório em ambas as existências.Hoje,depois de todo o andar da carroça, as melancias estão e continuam sem se ajeitar.E,tudo leva a crer,será sempre assim,embalado pela crença de que as transformações decorrentes de todo esse processo de desencontro nega para ambos aquele plus de felicidade que faz a vida realmente feliz,fora daqueles padrões normais,tipo assim,estou bem,só não estou feliz.Talvez seja um dos preços ,e certamente o mais salgado,das contas que precisam ser pagas,das andanças sem rumo em busca do já perdido.Hoje,quando já não há mais tempo para refazer ou reconstruir quase nada,ainda se é obrigado a conviver e aceitar situações esdrúxulas que foram criadas através desse desencontro.Acrescente-se a isso tudo uma mágoa fina e permanente,como se alguém tivesse culpa e não seja possível dizer quem,apenas fica a uma dor solta no ar,levando aos quatro ventos e a todas as ventanias possíveis seus resultados.Com todos esses ventos diversos e desencontrados e que volta e meia se chocam ,resta só olhar ao longe e tentar esquecer,coisa difícil,senão impossível.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Tropeços !

O fato dito  assim de cara me pegou desprevenido e acho até que mesmo que tivesse sido avisado ele causaria impacto,frustrações e incertezas. De qualquer forma toda a pessoa com uma inteligência razoável irá perceber que coisas assim não são mutáveis de uma hora para outra.Quando ocorrem mudanças,se ocorrerem ,são coisas processáveis com o decorrer do tempo e levam tempo,talvez  e provavelmente mais que o desejado.Então,sabedor de como ocorre toda a mutação,a reação passa a ser imediata ,consequente e ininterrupta.É na verdade a forma mais lógica e adequada de se safar de dores maiores,porque a dor de uma coisa desse quilate é muito incomoda e quase insuportável.Mas tem de ser enfrentada com denodo,pois tendo um horizonte,e esse horizonte é o afastamento emocional gradativo ,mais dia menos dia se chega ao ponto de tudo virar uma doce lembrança,uma lembrança que foi muito amarga, mas que também deixou doçuras,deixou sabedoria e aprendizado.Até porque a franqueza e a honestidade com que tudo foi encarado, demonstra com clareza que no fundo havia uma certa áurea de amor e carinho,que se perdeu pelos meandros dos fatos, porque se deparou com algo mais intenso e definido e acabou escorrendo pelo meio dos dedos.Talvez ,é bem provável,que tenha faltado um tempo de amadurecimento,que a chuva e a geada invés de conduzirem tudo ao ponto de consumo tenha secado e feito escorrer pelas ranhuras e cicatrizes  o suco desejado,doce e saboroso.Coisas da vida,diria um filósofo do dia a dia,que deve ser enfrentada e superada pelas outras coisas que ajudam a compor a vida.Entendo que em cada virada de ano sempre acontecem enlaces e desenlaces,que a lua muda de cor e que as pessoas podem até trocar de amor,ou também amarem mais aqueles que já o eram.Não é um questionamento e também não se pede resposta,apenas se observa os fatos e os vive.