sábado, 30 de novembro de 2013

A maconha !

As reviravoltas que acontecem na vida de cada um de nós dificilmente são percebidas antes que aconteçam e ,depois de ocorridas ,é comum a gente exclamar surpreso,como eu não vi isso?Mas é assim mesmo,nos direcionamos e centralizamos nossas atenções nalgumas coisas e esquecemos,ou deixamos de lado outras,e é justamente aí que elas aparecem.E causam surpresas,quando não deveriam. De fato mesmo,nenhum dos dois saberiam explicar como aconteceu,o porque de andarem juntos e se procurarem a toda hora e conversarem e trocarem opiniões sobre todo e qualquer assunto.Mas gostavam disso e onde um ia o outro ia junto,tanto faz se cinema,bar,praça ou restaurante,ao ponto de quando um surgia sem o outro nos locais que frequentavam,vinha a pergunta invariável:e fulana ou cadê ele? Era tamanha o entrosamento emocional que cada um tinha a chave do apto do outro e livre acesso a qualquer momento .Havia entre aquele casal,e isso é um fato total e verdadeiro,alguma diferença etária que se agora não importava ,no futuro ,se assumissem um dia,faria a diferença.Várias ocasiões passaram por saia justa mas sempre  saíram com personalidade das situações ou perguntas indevidas ou curiosas.De fato mesmo,souberam depois,ao um dizer ao outro,que existia um medo enorme de arriscar e dar o passo na hora não propícia e um ficar sem o outro,de colocar mágoas latentes naquele relacionamento.Não houve uma data que se pudesse precisar,mas num belo dia um deles disse ao outro que tinha vontade de experimentar fumar maconha,queria saber se de fato causava tanto problema assim.Sabe-se lá porque o outro respondeu que também vivia aquela curiosidade e que seriam ,como sempre,parceiros nessa empreitada .Conseguiram a erva,ela conseguiu com uma amiga e ele fez 3 ou 4 cigarrinhos,os tradicionais e conhecidos baseados.E saíram como sempre saiam,e beberam seus drinques como sempre bebiam no mesmo copo e voltaram para casa.E fumaram seus baseados e no embalo todo,talvez a maconha tenha sido a válvula de escape,a gota d'água que eles queriam ,se abraçaram e se beijaram e se declararam.E se amaram.E durou três anos e meio essa história e deixou lembranças e deixou como maior resultado uma menina que irá fazer 5 anos na véspera de Natal.Com o andar da carruagem a vida,auxiliada pela diferença de idade,os afastou.Sempre irão lembrar um do outro,até porque tem algo em comum,se dão bem,se respeitam,se adoram,mas vivem cada um sua vida.Ele nunca mais se entendeu com nenhuma outra,todas passaram rápido e não deixaram marcas ,todas as que restaram eram dela.Ela,nunca mais quis saber de homem,vive hoje com uma companheira e afirma que não precisa mais de sexo,já teve todo o que queria.Um dia,muito tempo depois,ambos revelaram um ao outro que não haviam gostado da tal de maconha,é enjoativa e deixa a boca seca,nunca mais fumaram e nem lembram que fizeram isso uma vez e sequer sugerem para outros.Mas ,é preciso reconhecer,ajudou a ambos,indiretamente, mas ajudou.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Coisas várias !

Gosto de ir ao cinema e assistir bons filmes.De maneira geral frequento quase sempre a mesma sala,por razões de conforto e praticidade, além,lógico,de exibir o filme que selecionei.Faço isso cerca de uma vez por semana,o que equivale a dizer que assisto cerca de 50 filmes em um ano.Não interessa se é muito ou pouco,o que importa é que quase sempre são boas escolhas e seleções que faço.Alguns anos atrás,vários,tínhamos um grupo de três moças e três boys,que sempre escolhiam um filme e depois iam discuti-lo,bebericando ou um refri ou um samba ,que era a moda da época.Aprendemos com isso,além do casamento de um deles com uma que acabou sendo Miss Brasil e vice Miss Universo,enxergar um pouco além daquilo que cada um via,pois havia a posteriori a visão dos outros,que apresentavam nuances e interpretações diversas.Talvez,por essa experiência e o que ficou dela,algumas coisas me chamam atenção,as vezes tão pequenas mas que são,para mim,o marco suporte de toda a história.Ultimamente assisti dois filmes e um deles já referi qualquer coisa aqui,Blue Jasmine,que vale a pena assistir.Mas o que quero comentar é a cena final,em que a bela e excelente atriz ,numa de suas crises  após assolada por toda a sorte de seus problemas,ela,digo,falando sozinha e com aspecto meio que desvairado,senta em um banco em uma praça,banco no qual está sentada uma outra pessoa.Após ela sentar a outra a olha e faz a expressão de receio,ou coisa que o valha,na dúvida de que pode ser agredida ou atacada,ou qualquer coisa do tipo.A sra. em questão levanta e sai,vai embora.Essa cena,sei lá se Woody Allen quis dizer isso,demonstra com exatidão o que é e como a sociedade vê um ao outro,com medo,insegurança e principalmente indiferença.Bem isso,cada um que se vire por si.
O outro filme que vi e que também tem uma cena bonita,marcante,além do próprio bom filme,é Jogos Vorazes,em chamas,quando no meio da luta definitiva que marca e estabelece o próprio nome do filme,o personagem toma uma decisão e comunica a moça a quem ama e que ele sabe,ou pensa que sabe,que não o quer.Depois de todo o arrazoado para explicitar e no calor do diálogo travado ele explica que para si não tem problema ,não há quem precise dele e que pode tomar aquela atitude extrema,ninguém o espera.Ao que a bela,belíssima atriz diz,tem sim,eu preciso de você.Quando uma mulher daquelas ,em todos os aspectos ,diz isso,a ficha cai em pé,o mundo volta a rodar.Vá ver,é bom.
Sabe porque ,e isso é história,Lady Claire se apaixonou por Marek,na Guerra dos Cem Anos.1256/1356?O filme ,que é um dos meus prediletos de sempre,não pela guerra lógico,mas pelo que é contado dentro dela,Linha do Tempo,foi pela gentileza,pela sensibilidade dele em perceber que era ela uma Lady,palavra que ela não sabia ,mas coisa que era e nunca lhe definiram.Ele o fez,e a ganhou.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Quem decide sua vida?

O melhor dos filmes de Woody Allen é que as histórias que ele conta são essencialmente humanas e mostram vidas comuns,sem que seja necessário grandes considerações e descodificar insondáveis mistérios psicológicos embutidos em seu conteúdo,para chegar ao resultado que é mais simples do que se pensa São quase dia a dia,a gente olha e sabe que está vendo até possivelmente situações nossas ou de conhecidos ou histórias que se ouviu de alguém,reais,factíveis.Como ele não usa recursos especiais e sequer alta tecnologia,a primeira coisa que acontece,por ser algo que de certa forma nos envolve,é que nos colocamos quase que imediatamente no lugar de algum personagem e vivemos o contado no filme como uma coisa pessoal e,enquanto durar o mesmo, nós somos aquele personagem que nos identificou e vivemos sua história.E vemos,através da sequência de cenas, posicionamentos e frases e ditos idênticos aqueles que visualizamos em nossos amigos,vizinhos ,conhecidos e em nós mesmos.E,isso nos envolve e nos sensibiliza,porque estamos diante de situações que conhecemos e que  não raro nos diz que a reação que tivemos num dia qualquer do passado,que pode ser igual a do filme ou não,foi a mais adequada.Uma coisa que presto bastante atenção nos filmes dele,e já assisti muitos,quase todos talvez,e que parece ser um mantra em suas histórias(quase sempre escritas por ele)é que todas as decisões importantes,definitivas e que acabam por reger suas vidas,eu falei todas,são tomadas pelos personagens mulheres,aliás ,diga-se de passagem ,tal qual na vida dita real,fora das telas de cinema.Queiramos ou não,todo e qualquer resposta está condicionada ao sim ou ao não de uma mulher,e é através dessa definição  que a vida tem seu rumo encaminhado.Ali,naquele momento importante,a mulher com sua resposta está estabelecendo critérios,criando particularidades e impondo condições para que tudo o mais se mova no sentido que for dado por ela em sua resposta.Se duvidar vá assistir algum filme dele ,ou,nem precisa isso,pense na sua própria vida e se responda quem tomou a decisão para você?

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Ato 2 !

Não é a primeira vez que afirmo que todas as histórias contadas aqui são  uma versão parcial,algumas, e a imensa maioria apenas um ato reprodutório de coisas e fatos realmente acontecidos.Nomes são omitidos ou alterados ou criados para que não se identifique quem são os protagonistas.Se,por acaso,e já aconteceu,algum deles ler o que está relatado ,irá se identificar e perceber a semelhança com coisas suas ,acontecidas ,mas nada poderá dizer ou contestar em vista desses nomes inseridos justamente para isso.Muitos desses acontecimentos são parcializados,sem uma definição,um final,porque simplesmente não se sabe o final que tiveram,se é que chegaram a tal ponto. 
             A situação de fato estava tensa já há alguns dias e só deu sinal de que arrefeceria quando ele disse à ela que a paixão que nutria por ela era conhecida dele porque estava em seu intimo,em sua própria razão de existir,assim mesmo, como se exagerando estivesse,e não exagerava,ela era vital para ele.E,acrescentou,que ela sabia disso porque ele lhe havia dito e que só então ela criou coragem ,quando teve certeza dos sentimentos dele,para se abrir e revelar também tudo o que sentia e queria,quais suas esperanças.Finalmente,após tantas idas e vindas,tantas certezas e desencontros, ambos tinham consciência de que poderiam seguir por caminhos menos ásperos,mesmo sabendo que dificuldades sempre aconteceriam,mas que juntos teriam melhores condições de superá-las.
                                    Por isso tudo,quando ela viu sua história parcialmente contada aqui e sem que tenha sido dado qualquer sinal  do final acontecido,como quem não quer dizer nada mas não para de falar,achou uma forma inteligente de me relatar o que faltava,o que havia acontecido depois daquilo que contei.Foi esse final feliz que aí está,provando mais uma vez que eles acontecem,não são somente meras invenções.

sábado, 16 de novembro de 2013

Uma forma de olhar !

Não há necessidade de recorrer a mandinga,tarôs,búzios ou qualquer outro tipo de avaliação sobrenatural quando se busca a tal de felicidade.Em primeiro lugar porque ela na verdade não existe como um todo,é apenas e nada mais que algo fatiado,que vem em partes,ou seja,existem momentos felizes,de felicidade,mas jamais é algo permanente.Se fosse assim seria uma coisa bastante aborrecida e a vida,para aqueles que atingissem esse estágio,seria um saco sem fundo,onde perspectivas não existiriam e ,por outro lado,se ela acabasse ocasionaria um sofrimento atroz.Portanto,de acordo com esse conceito o melhor é esquecê-la como objetivo final e tentar transformar o viver diário em algo que nos proporcione o máximo de momentos felizes.Se afunilarmos o pensamento e o reduzirmos apenas a realidade  teremos observado que num período ,ou mesmo num único dia ,poderemos ter sido várias vezes felizes e outras tantas nem tanto,até porque nem é necessário ser infeliz,pois infelicidade também é coisa passageira e que depende da conjuntura momentânea.Desde os tempos imemoriais aos quais eu lembre ,fomos nós mesmos que condicionamos ser ou não ser feliz ao acerto ou desacerto em um relacionamento emocional homem/mulher,mulher /homem e ,com a crescente valorização e importância dado a isso,todos os outros sentimentos e sensações que também geram reações emocionais foram sendo considerados como acessórios daquele tido como principal,e quase único.Com a avalanche de argumentos que descreviam o amor,ou gostar de alguém,chegou-se ao ponto máximo de dizer que "contigo "não preciso de mais nada,tu me basta.Lógico que é um eufemismo,mas um eufemismo muitas ocasiões levado ao topo da tolerância ou até a ultrapassando.O mais adequado mesmo para que possamos levar a coisa toda com tranquilidade é equilibrar a balança de uma forma tal que as opostos se mantenham no mesmo nível,não deixando  um prato jamais atingir seu limite de queda.Quanto a minha área pessoal já falei diversas ocasiões aqui que tenho uma mulher que é a minha paixão maior e indissolúvel e indissociável,está definitivamente arraigada,mas ,tem ocasiões que surge o mas,quando a coisa encrespa e a solução não se descortina,é necessário que se recorra as estepes,pois se deixar o carro parado as peças irão enferrujar e a bateria certamente irá perder a carga.Isso é bom até para ela própria,pois sempre que tudo se acomoda e volta ao ritmo de felicidade,encontrará tudo funcionando normalmente.Afinal,o costume do uso faz o uso ser costumeiro.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Xerox!

Bem que pode ser considerado um clichê,algo que sempre retorna ao seu ponto de partida,tenha as andanças que tiver, e acaba por apresentar sempre o mesmo desfecho,igual e indefectível.Pois, Bruna surgiu do nada e em poucos dias se tornou a própria razão de viver,não só do viver de hoje,mas do de amanhã e depois de amanhã e também de ontem.De repente,sem que fosse percebido era a única em todos os tempos e só contava e valia o que Bruna pensava,falava ou fazia.Ela preencheu espaços que estavam vagos,tal qual todas as outras,que de forma semelhante surgiram,ficaram e passaram, e se foram pelo canal do tempo vivido deixando belas lembranças,nada de saudade,mas algumas recordações que somada as outras serviram como um acréscimo de aprendizado e uma acumulação de experiências sobrepostas. É gozado,é complicado, e até confuso se for visto e entendido como uma busca de sobrevivência para aquilo que na verdade nem chegou a nascer,foi nada mais que uma tentativa infrutífera e mal acabada.Também o pós final é invariavelmente semelhante,fazendo por parecer como algo produzido em série,onde as peças são iguais e se encaixam da mesma forma,fazendo com que no final todos os produtos sejam idênticos.Repito,nos primeiros momentos e alguns dias que se seguem o abatimento e uma certa tristeza andam de mãos dadas,como a lamentar mais uma expectativa que naufragou.Mas,logo ali,na próxima esquina,um olhar oblíquo qualquer,e olhar oblíquo é mortal,atinge sempre pontos frágeis e, diga-se que fragilidade é o único ponto real no momento ,significa que vai começar tudo de novo,o mesmo filme,o mesmo ator e apenas a atriz é diversa.Certamente sempre mais bonita e mais interessante e mais inteligente e mais tudo que a outra.Até  um belo dia em que o filme acabe,ou porque alguém ficou de vez ou porque o ator achou melhor se aposentar e só fazer "pontas "esporádicas.

domingo, 10 de novembro de 2013

Efeito estufa !

Aquilo que estava acontecendo ali na minha frente, e eu era um assistente privilegiado,o único por sinal,não pode ser considerado como uma bomba,algo espetacular.De fato, mesmo,foi uma bela surpresa,mas após atingirmos etapas mais adiantadas da vida,existem poucos acontecimentos que nos causam perplexidade.Já se passou por muitas experiências e se falo dessa forma  é para não avançar demasiadamente em tempo de vida,coisa que remete a idade mais avançada ,ou coisas assim,e não é essa a proposta.Foi algo que fez de um lance só transformar em poeira todos os outros envolvimentos,20,30,50 ou mais ou menos,sei lá, e trouxessem de cada um a parte mais saborosa e reunissem tudo numa só pessoa,tudo o que foi procurado,achado e mantido ou até perdido nas que se foram e se perderam no tempo.É preciso que se diga que não houve hiato para tomada de atitude conceitual,a reação só poderia se dar emocionalmente,pois a emoção que nos embala quando ouvimos algumas palavras que redimem e nos colocam num patamar diferenciado.aquela pessoa que em seu aspecto físico e seu conteúdo emocional já povoava há tempos nossos devaneios,quer viver essa experiência em nossa companhia.Ali se criava uma outra expectativa e perguntas teriam que ser respondidas cada vez que uma surgisse,pois numa análise primeira ela havia chegado,ou melhor dizendo,ela estava agora presente,e a tendência seria de longa permanência.A porta havia sido aberta,entrar juntos era a única e desejável atitude.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Imunidades !

É algo que nem todos conseguem realizar,quer por não terem essa oportunidade,ou porque optaram por outras formas de sobrevivência.Entretanto,após provar a satisfação que é morar só,torna-se muito difícil,e até doloroso, retornar a padrões antigos e dividir o espaço arduamente conquistado ,novamente com outra pessoa,quase sempre uma estranha e, curiosamente, uma permanente incógnita.É preciso que se afirme alto e bom som que essa liberdade estabelecida foi conquistada, pedaço a pedaço ,a partir do instante que foi percebido e aceito a premissa de que o status quo anterior não era o melhor e portanto não era o desejado e sequer aquilo que havia sido sonhado.Então,fazendo uma breve comparação, seria como se mudar de um apartamento de um quarto para uma cobertura com vistas para o mar e mais perto do céu.Aquela satisfação intrínseca que se tem é algo que sequer é nitidamente percebido,é apenas sentido e transparece diuturnamente nas feições e na forma mais alegre de encarar tudo e todos.Nada pode ser comparado a essa situação que denomino de auto propriedade de si mesmo,onde o único mandatário é a própria consciência e é ela que determina como ,quando e onde ir ou fazer algo e qual o momento mais propício.Depois de tudo isso que foi dito e o ato de dizer também sugere outras alternativas,é muito saudável e interessante não abrir brecha alguma que possa sequer sugerir um retorno à tempos d'antanho.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Vazio absoluto !

Não há como deixar de reconhecer que um dos melhores e mais saudáveis momentos da vida acontece justamente na outra ponta de todas as nossas expectativas.Todos nós vivemos envolvidos quase que de forma permanente com todo o tipo de envolvimentos e relacionamentos emocionais,que,bem ou mal,dando certo ou não,tocam nossa vida e fazem dela uma constante ida e vinda ,ora aqui ,ora lá com uma com outra parceria,mas sempre caminhando em cima do fio da lâmina,pois tudo tem um fim e esse dia chega.Eterno mesmo só existe aquilo que não nasce e que não morre e chama-se morte,coisa que é melhor deixar ,por enquanto,de lado.É aquele estado de alma que chamo de vazio absoluto,melhor dizendo,acontece naqueles raros espaços existenciais em que não gostamos de ninguém,não estamos apaixonados e sequer a fim de alguém,e isso significa também que cremos que também naqueles momentos não haja uma pessoa que nos veja de outra forma que não a quela que estamos vendo.É aquele tempo ,quase de Feed Back,limpeza interior,em que nossas colunas se aprumaram e nos sustentam e aonde as prateleiras dos armários íntimos foram varridas pelos ventos de outrora e jogaram para longe todos os resquícios de lembranças e saudades que resistiam ao tempo. É um período de paz quase celestial,em que tudo é reordenado e até prioridades antes consideradas fundamentais são abandonadas e esquecidas.Nesses momentos,e é bom que se diga,que isso não é para todos,só alguns mais privilegiados conseguem esse desprendimento,somos novamente virgens e ,claro,estamos propensos e suscetíveis a sermos outra vez desvirginados e envolvidos em mil querelas relacionadas pela sequência natural das coisas.Esse "vazio absoluto",que  permite essa leveza espiritual também nos torna momentaneamente livres e descompromissados,podemos andar para frente ou para trás,qualquer lado ou ficar parados,somos nós mesmos,sem influências e sem impulsos além do nosso próprio. Entretanto,sempre devemos estar alertas,para saber diferenciar qualquer olhar oblíquo que nos mirar ou até um olhar que nos intrigue i nos ponha novamente na ciranda sentimental.