quarta-feira, 25 de março de 2015

Um certo cinismo !

Em qualquer lugar do mundo onde aconteça esse tipo de acidente,como o que ocorreu recentemente na França,a consternação é global e sempre pululam questões e perguntas que jamais serão respondidas satisfatoriamente,simplesmente porque não tem resposta que se encaixe adequadamente a situação.Um desastre aéreo pressupõe quase sempre a ausência de  qualquer oportunidade de salvação e quando acontece envolvendo um número expressivo de pessoas,pior ainda.Entretanto,mesmo com as lamentações ,o fato impactante e todas as suas abrangências,eu,particularmente,sem querer ser diferente ou exagerado,entendo que essa seria,talvez,o tipo de morte que mais me seduz,se é que há alguma possibilidade da morte seduzir alguém,mas acho que me entendem.Senão vejamos,olhando a coisa toda pelo lado prático,racional e inteligente: é ,ou seria,um acontecimento que dispensaria todo e qualquer preparo,despesas,lamentações,até aquelas em que pessoas que estão há muito dissociadas de nossa vida vem exclamar em prantos aquele tradicional porque não me levou junto,ou porque não eu em teu lugar,aquelas falsidades que fazem o defunto revirar os olhos sem abri-los.Não haveria missa de corpo presente e permaneceria aquela vaga sensação de que fomos fazer uma viagem e de repente estaremos voltando,caracterizando quase uma morte aparente,disfarçada,uma parte flatulante da vida,ou daquilo que dela deixou de existir.Mais tarde,depois de tudo superado e devidamente aquilatado ficaria até interessante e bem poético contar toda a história para quem não a conhece e ouvir a resposta tradicional e gravada na mente de cada um:que coisa né,sem ser resposta ou pergunta.

terça-feira, 3 de março de 2015

Papo solto !

Fui ao Barra Shopping com o intuito específico de comprar um livro na Saraiva,livro este que nem sei se foi indicado por alguém ou se simplesmente despertou meu interesse pelo seu título.Ao pesquisar na Internet seu tema me agradou e resolvi comprá-lo,por isso para lá me dirigi,já que era a oportunidade também de desfrutar do frescor de seu ar frio,já que era um dia de forte calor,algo em torno de 35º e sol forte.Como entendo que cada louco tem sua mania,uma das minhas é não pagar estacionamento em Shopping,pois entendo que sendo um centro de compras deve oferecer algo para acarinhar quem lá se dirige,já que o principio básico é ir para comprar,gastar,e ainda pagar para deixar o carro por pouco tempo me parece exagerado e fora de propósito,quase um acinte.Chegando lá,depois de uma água com gás (sem gás tomo da torneira),me dirigi até a referida Livraria e enquanto esperava ser atendido fiquei olhando a quantidade fantástica de livros e a variedade que desperta interesse,deduzindo que é necessário um caminhão de dinheiro para levar todos os que despertam vontade de ler.Até que uma moça veio e perguntou o que que desejava e falei que queria ver,antes de levar,o livro que tinha o titulo de "Antes de Dormir".Enquanto ela dedilhava no teclado de seu terminal comentei brincando que antes de dormir é bom um chá,ou um cappuccino ou algo que proporcione mais sabor ao sono.Ela riu e disse é mesmo,eu costumo tomar um chá e emendou que era dificil alguém se referir a assuntos que não a compra de livros quando chegavam lá e que ela estranhava isso e gostava quando as pessoas derivavam para outros assuntos.Logo deduzi que ela apreciava um papo e sentia uma certa solidão pela falta dele ali na loja.Houve de fato uma empatia,e continuamos conversando sobre outras coisas,já que o livro estava em falta e só através de encomenda,o que acabei por fazer.Quando demonstrei que ia embora ela disse que dali há cinco  minutos era seu intervalo e podíamos continuar a conversa,que ela estava gostando muito do papo.Assim fizemos e ocupamos sua folga com ela falando bastante,contando coisas que eu acho que ela não tinha oportunidade de falar e que precisava,numa espécie de solidão hoje muito comum em cidade grande,quando se vive no meio da multidão e não temos com quem conversar ou trocar ideias ou até desabafar algo que nos engasga.Então apelamos para a oportunidade que surge e que nos parece confiável e apropriada,mesmo que nunca mais se encontre o confidente.Bem tipo daquela conversa de bar,quando se conta coisas para quem estiver ao lado e que nos escuta pacientemente,talvez porque já tenha passado pela mesma situação.De qualquer forma acho que foi bom para ela e para mim achei interessante e legal,afinal acaba sendo bom para todos.Ela deixa o trabalho semana que vem,vai fazer faculdade,que se dê bem foi o que desejei.