sábado, 29 de novembro de 2014

As peladas !

Os estudiosos do assunto e aqueles que se dizem entendidos e a grande mídia de uma forma geral tecem todo o tipo de comentários e avaliações sobre um dos assuntos que parece ser uma tendência momentânea,longe daquela exposição desordenada e acachapante como parecia ser em seu inicio.Me refiro a essa onda,digamos assim,de mulheres se pelarem e desfilarem em qualquer lugar que lhes aprouver,como se isso fosse algo absolutamente natural.Não vou entrar no mérito da questão e sequer tentar fazer uma avaliação psicológica do fato,até porque não sou e sequer " lo creo mucho" em suas interpretações.Mas,aqui de longe,como alguém que observa o que está acontecendo ao seu redor e como admirador da mulher nua,preferencialmente em ambientes íntimos e privados,não há como fugir  quase que de forma intrinseca ao fato e emitir  e desdobrar um pensamento avaliativo e ,quase sempre,conclusivo.Explico que não me atenho ao  que tem acontecido,até nos últimos dias sem fatos novos ,mas daquelas que a midia repercutiu e que causou alvoroço e até algumas preocupações particulares com a possibilidade,mesmo que remota,de se deparar com uma mulher nua em sua frente.O que faria eu,se perguntaram alguns e outros já diziam que fariam isso e aquilo,sempre voltados à proteção e amparo da peladona.Para mim,aquilo que conclui analisando as nuas de rua e igualmente aquelas que se pelam em casa e postam fotos na internet ,seja tomando banho ou em relax tendencioso,que são mulheres de um modo geral bonitas e bem apessoadas físicamente,que ,talvez como um canto do cisne,que o faz antes de morrer,elas estejam num quase ultimo apelo,enquanto ainda possuem uma parcela de sensualidade que seja notícia,o fazem para dar seu recado,como se estivessem dizendo que dali há pouco tempo aquela beleza não mais existiria,seria coisa do passado e,quem se interessasse a hora ainda era agora,amanhã não mais.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

O retorno !

No tempo que Elisa frequentava os mesmos espaços que eu,quer dizer,fazia parte da minha vida,houve um período em que a sintonia era tão intensa,que tudo acontecia de uma forma tão natural que nem nos damos conta e sequer pensamos mais adiante,valia só aquele momento mágico da cumplicidade e da ausência de senões.Mas,mais cedo ou mais tarde eles aparecem e tudo se torna mais real,mais humano, digamos assim,já que cada um tem suas preferências e suas virtudes e ,também seus defeitos e esses são os senões.A aceitação desse conjunto e a adaptação de viver com ele é que determina a continuidade do relacionamento,que,aliado a todos os outros fatores que tem de deixar de serem individuais para que tudo funcione como sempre se quer.Entretanto ,nem sempre a coisa toda se processa dessa forma e logo um final se desenha e começa a se tornar mais presente,até que chega o dia do até mais ver.Se for possível ir cada um para seu lado sem mágoas é porque foi positivo e ,parece para mim,que aconteceu assim entre nós dois,Elisa e eu.Ela foi procurar outros caminhos e não tenho a menor ideia se os achou e neles andou,só sei que meu ela levou alguma coisa,inclusive a chave do meu apto.que nunca lembramos de falar em devolução.Elisa deixou um monte de coisas dela,desde roupas intimas até uma carteira com alguns trocados,que sequer pensei em usar e ficaram como lembranças.O valor que havia nessa carteira pagaria um bom jantar para dois em algum restaurante de bom nível,mas isso sequer me passou pela cabeça,como se agindo inconscientemente aguardasse que ela viesse buscar algum dia.Até esse detalhe foi esquecido e outros relacionamentos ocorreram,nada que tivesse a intensidade e a entrega do tempo dela e também nem lembrava de Elisa,só lá de vez em quando em momentos inadequados.Por isso fiquei surpreso quando ao chegar em casa encontrei a porta gradeada do apto apenas encostada,aberta portanto.Mesmo surpreso não me antenei muito no fato,tem ocasiões que a gente sai com pressa e esquece algo,já me ocorreu de deixar o fogão aceso cozinhando e teve de ser invadido o apto pela janela para apagar um incendio que se fazia latente.Peguei minha chave e abri a porta,Elisa estava sentada  em minha cadeira preferida,algumas malas espalhadas por ali e com a bolsa no colo procurava algo.Apenas me disse,quanto tempo e eu respondi,é mesmo,faz um século.Tive a impressão que os olhos dela irradiavam felicidade e acho que fiquei muito alegre,acho.

sábado, 8 de novembro de 2014

Vidas submersas !

Flávia C,41 anos,loira e linda, por onde passasse deixava o aroma inconfundível de seu perfume,que gostava de dizer, era a  mistura exata de seu cheiro com o aroma da essência que estivesse usando,fosse qual fosse das cinco ou seis que alternava o uso.Ninguém,exagerando um pouco claro,ficava indiferente quando ela entrava com seu porte altaneiro ,em algum local.Ela frequentava qualquer tipo de local com a mesma desenvoltura  em qualquer um deles e, todos que dela se aproximavam,por qualquer motivo,o faziam com uma certa reverência,aquele endeusamento natural que a mulher bonita e que sabe demonstrar sua beleza quase sempre causa.Como eu já havia tido algum relacionamento com duas Flávias anteriormente,logo nos primeiros dias a alcunhei como aquela que seria a C,a terceira,coisa que ela só veio a saber bem depois,já quase quando estava indo embora,e gostou,achou algo muito peculiar.Me disse isso e eu sequer sabia o que significava peculiar,mas fingi que gostei e,de fato,gostei,para assim que foi possível correr ao dicionário para decifrar a expressão.Já comentei que em todo o lugar que Flávia C entrava ele virava cabeças,se adonava naturalmente como possuidora que fosse do lugar e quiçá das pessoas,mas comigo foi diferente,bem diferente,e conto.Quando ela adentrou ao local que eu estava aconteceu aquilo que costumava dizer quando procurava direcionar seus assuntos para devaneios  filosóficos e,depois de algum tempo poderíamos definir que toda a sua vida até então,era mais que uma tese filosófica,era a própria filosofia aplicada em toda a sua praticidade.Mas ,de fato mesmo,Flávia C,quando a vi e nos olhamos ,dominou ali a minha vida,com tudo que restava dela e com aquilo que acrescentaríamos a partir de então.Não tive tempo de contar os dias ou meses,sequer relacionar de qualquer forma as emoções vividas,mas aquilo que se pode dizer é que duas vidas assim não é possível coexistirem,tem que serem diversas e diferenciadas para que possam ser entendidas.Um dia,tal como chegou,Flávia C simplesmente falou que antes que o encanto acabasse,e ele mais cedo ou mais tarde se perde,ela iria embora.Disse que a acompanhariam muitas lembranças e que viveria com elas,que não gostava de saudades e nem acreditava em saudades.E se foi e eu deixei que fosse,achei que cumpria-se ali uma parte de nosso destino.Não haveria queixas e nem lamentos,apenas seguir em frente.Hoje,com a poeira baixada,sequer penso em uma Flávia D,até porque a que passou se tornaria como uma referência e as outras não conseguiriam igualá-la ,o que seria injusto com elas.É melhor só do que estar com alguém que não seja ela.