sábado, 8 de novembro de 2014

Vidas submersas !

Flávia C,41 anos,loira e linda, por onde passasse deixava o aroma inconfundível de seu perfume,que gostava de dizer, era a  mistura exata de seu cheiro com o aroma da essência que estivesse usando,fosse qual fosse das cinco ou seis que alternava o uso.Ninguém,exagerando um pouco claro,ficava indiferente quando ela entrava com seu porte altaneiro ,em algum local.Ela frequentava qualquer tipo de local com a mesma desenvoltura  em qualquer um deles e, todos que dela se aproximavam,por qualquer motivo,o faziam com uma certa reverência,aquele endeusamento natural que a mulher bonita e que sabe demonstrar sua beleza quase sempre causa.Como eu já havia tido algum relacionamento com duas Flávias anteriormente,logo nos primeiros dias a alcunhei como aquela que seria a C,a terceira,coisa que ela só veio a saber bem depois,já quase quando estava indo embora,e gostou,achou algo muito peculiar.Me disse isso e eu sequer sabia o que significava peculiar,mas fingi que gostei e,de fato,gostei,para assim que foi possível correr ao dicionário para decifrar a expressão.Já comentei que em todo o lugar que Flávia C entrava ele virava cabeças,se adonava naturalmente como possuidora que fosse do lugar e quiçá das pessoas,mas comigo foi diferente,bem diferente,e conto.Quando ela adentrou ao local que eu estava aconteceu aquilo que costumava dizer quando procurava direcionar seus assuntos para devaneios  filosóficos e,depois de algum tempo poderíamos definir que toda a sua vida até então,era mais que uma tese filosófica,era a própria filosofia aplicada em toda a sua praticidade.Mas ,de fato mesmo,Flávia C,quando a vi e nos olhamos ,dominou ali a minha vida,com tudo que restava dela e com aquilo que acrescentaríamos a partir de então.Não tive tempo de contar os dias ou meses,sequer relacionar de qualquer forma as emoções vividas,mas aquilo que se pode dizer é que duas vidas assim não é possível coexistirem,tem que serem diversas e diferenciadas para que possam ser entendidas.Um dia,tal como chegou,Flávia C simplesmente falou que antes que o encanto acabasse,e ele mais cedo ou mais tarde se perde,ela iria embora.Disse que a acompanhariam muitas lembranças e que viveria com elas,que não gostava de saudades e nem acreditava em saudades.E se foi e eu deixei que fosse,achei que cumpria-se ali uma parte de nosso destino.Não haveria queixas e nem lamentos,apenas seguir em frente.Hoje,com a poeira baixada,sequer penso em uma Flávia D,até porque a que passou se tornaria como uma referência e as outras não conseguiriam igualá-la ,o que seria injusto com elas.É melhor só do que estar com alguém que não seja ela.

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