sábado, 27 de novembro de 2010

Hora certa!

Entre nós não houve despedida,não aconteceu um adeus,nada que significasse uma ruptura definitiva,apenas um afastamento onde nenhum de nós estendeu a mão para significar não vá.Também não se desenhou sequer um beijo de dar um tempo,pois sabiamos que tal beijo se transformaria de selinho em linguas molhadas e entrelaçadas e que as mãos buscariam como se fosse pela vez primeira,ansiosas,lugares já inúmeras e belas vêzes percorridos.E então tudo ficaria como estava,sem tempo nem condições de tentar fazer melhor o que já era bom,de buscar inutilmente coisas que não existem e que se por acaso ocorrem o fazem apenas na mente e na intimidade de duas pessoas que se entregam e se completam.Sei,por conhecer tua forma de entender as coisas,que certamente tens dito que as lembranças te sustentam e como são muitas fica mais fácil suportar a ausência,mas,e sempre há um  mas,chega um determinado  ponto que elas,as lembranças ,se tornam quase uma tortura pela vontade e pela necessidade de fazer novas coisas que possam ser outras lembranças.Muitas coisas na vida de cada um não tem num primeiro momento uma explicação convincente,algo determinante e que sugerisse sequer um desfecho,mas com o decorrer do tempo e depois que coisas se acomodam e ocupam seu lugar sempre surge uma maneira de interpretar que explica corretamente porque acontecem fatos que talvez nem queiramos que ocorram.Então ,é o tempo certo e melhor que cada um tem de suspender a busca em outras bocas,outros corpos e outras camas aquilo que sabemos quem tem e onde está.Então,repito,é chegada a hora.

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