sexta-feira, 14 de junho de 2013

Franceline !

Dia desses ao entrar no box para o tradicional banho da manhã,coisa que faço ininterruptamente há 40 anos e que prometi à mim mesmo um dia quebrar essa regra e enforcar um banho,coisa que ainda não consegui,ao olhar para baixo me deparei com algo estranho,fora de contexto ou de lugar .se melhor me explico.Uma pequena lagartixa,dessas domésticas e devoradora de insetos para sua alimentação,jazia inerte ao lado do tapete do box,aparentemente morta.Me abaixei e a cutuquei de leve e ela não deu sinal de vida,mas um sexto sentido me alertou que ainda estava viva.Vou te ajudar,falei sozinho,pois acho que ela não me ouvia e no estado que se encontrava não poderia responder.A recolhi com cuidado e depois de secá-la a coloquei em local mais adequado,no parapeito da janela.Considerando que devia estar faminta,pois daquele jeito o mais provável é que um inseto a comesse,busquei uns farelos de pão e coloquei a sua disposição ao lado dela.Logo esqueci e fui tratar de minhas coisas domésticas e depois sai e quando voltei bastante tempo depois é que lembrei.Levantei rápido da poltrona e pensei,vou dar uma olhada em Franceline,sei lá porque a chamei por esse nome,talvez associando a alguém,por seus meneios ou seu quadril meio avantajado.Quando cheguei ao local de seu resguardo ela já demonstrava sinais de vida ,inclusive com aqueles olhinhos saltados que nem  a mulher de meu amigo quando acorda (post anterior).Logo ao tocá-la se retorceu toda dando sinal de impaciência e desconforto,parecia dizer que não queria nada de intimidades.A mudei novamente de local e coloquei mais alimento e um pingo d'àgua,vá que tivesse sede,mas morrer não morreria,estava a salvo.Missão cumprida de novo fui as minhas coisas e outra vez para a rua.Quando cheguei,já na porta de entrada lembrei de Franceline e fui direto vê-la.Cadê ela?Foi embora.Talvez ao encontro de seu lagartixo para mostrar à ele que estava viva e linda e que sempre teria alguém para estar a seu lado.Talvez para curtir um dia dos namorados com ele.Talvez para a sublime inteligência de saber ficar só,que é uma das maiores benesses que se pode ter.A convivência com a multidão de si mesmo é algo extremamente salutar.

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