terça-feira, 19 de agosto de 2014

Marcelle !

Durante um tempo bem razoável considerei que o mundo como um todo pudesse ser visto e entendido de acordo com um ponto de vista quase regional,uma vez que nascíamos,crescíamos e a vida toda se passava num espaço físico limitado.Era limitado porque de uma maneira geral cada família girava em torno de seu pião,pião esse que era o centro de onde emanavam as diretrizes que delimitavam e decidiam o que cada membro dessas proles fariam .Na verdade nada era imposto,mas também pouco se contestava,apenas tudo andava normalmente bem e para que alterar essas tendências,que se perpetuavam e tinham a tendência de se eternizar?Na verdade mesmo era um tempo bom,onde as conquistas não eram de cunho eletrizante,mas eram garantidas e corriqueiras.E tudo levava  a crer que depois dos estudos complementares ,para alavancar aquela expectativa, o desdobramento seria aquele já antecipado,o sucesso certo,com pouco sabor de vitória,mas de qualquer forma uma conquista.Até o dia que encontrei e conheci Marcelle,de outras plagas ,linda e desinibida.Tão desinibida,o que em sua terra era rotina normal aqui podia até ser visto como um defeito,um excesso de liberalidade,para não dizer falta de compostura,que é o termo certo que seria usado para defini-la.E Marcelle me conquistou e me levou de mala e cuia para outros campos,tão ou mais floridos que os daqui ,eu acho que os via assim porque existia a presença dela ,sempre por perto.Ela,Marcelle,era um encanto como mulher ,com seus longos cabelos loiros e suas pernas esguias e bem torneadas e uma pessoa que encantava pela gentileza e pelo conversa agradável.E eu amei Marcelle,e como jovens  que se atraem e  sonham juntos,sonhamos uma vida longa e duradoura,mesmo que longe dos pagos.Teria sido certamente assim se ela ,por desígnios do escalão supremo,não a tivesse levado,numa hora ingrata e inesperada.Ficou dela muita coisa,mas de qualquer forma a vida continua e pouco a pouco as lembranças vão se tornando mais longínquas e uma espécie de névoa do tempo as vai sepultando no bau do pseudo esquecimento.

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