terça-feira, 26 de julho de 2011

Pastel de Queijo!

Camilo resolveu que naquela noite iria mudar seu itinerário habitual e seu lugar de destino,mesmo sabendo que no final sempre acabaria em seu local preferido,onde tinha um canto que era exclusividade sua .Escolheu uma mesa ao ar livre e se instalou,não tinha nenhuma pressa de ser atentido.Ainda no carro a caminho de onde resolvesse chegar sentiu vontade e até saudade de comer pastel e quando a moça veio atendê-lo ele pediu um suco de laranja natural e o cardápio.Logo a chamou para dizer o que queria e pediu dois pastéis,um de queijo com carne e outro de catupiry com palmito.Ficou esperando distraido em seus pensamentos e seus problemas,apesar de não ter grandes problemas pendentes,que quase nem percebeu a moça trazer seu pedido.Agradeceu e ficou devaneando e admirando como estavam bonitos e dourados os pastéis quando alguém lhe perguntou se podia acompanhá-lo e ajudar a comê-los.Surpreso levantou a cabeça e encarou a pessoa que ele menos esperava encontrar,mesmo que fosse quem ele mais queria ver.Respondeu quase que automáticamente,senta aí, e sem querer pensou  com bom humor se ela,Valéria,não seria a reencarnação da Jenny do filme Forrest Gump,que sempre retornava nos momentos menos esperados e depois de recuperar seu equilibrio pelo carinho e atenção que recebia ,ia novamente embora.Só que ela,Valéria,não iria engravidar e nem sofrer de uma doença incurável para deixá-lo abandonado e sem volta.Ela estava ali na sua frente,linda como sempre e aparentemente feliz e em paz como poucas vêzes.Durante o exíguo espaço de tempo que transcorreu para arrastar a cadeira e sentar Camilo pensou isso e se preparou para escutá-la,ela não tinha aparecido como que do nada ali se não tivesse algo importante para falar.Como era natural Camilo a escutaria como sempre a escutou e a entenderia como sempre a entendeu e reiniciariam tudo outra vez,também como em outras ocasiões ,pois a queria mais que tudo,só existia Vaéria para ele e aceitava e sentia-se feliz com ela ali de volta,fosse por pouco ou muito tempo ou quem sabe por todo o tempo do mundo,vai ser decorrência do que dizer.Ela estendeu a mão e pegou um pastel levando-o a boca e mordiscando-o como que desligada mas ele sabia que apenas procurava a melhor maneira de falar o que queria.Não havia entre eles aquele papo tardicional de como vai o que tens feito por ande andaste,não havia necessidade de perguntas,estavam mais interessados em respostas.Eles sabiam perfeitamente que se houvesse algo a ser contado o seria muito tempo depois,quando a mágoa da ausência mútua já tivesse se dissipado e nem lembrança mais fosse,quando a distância um do outro já não produzisse tristezas e dúvidas.Valéria e Camilo sabiam que sempre que continuar longe se tornasse insuportável eles se buscariam,um ou outro tomaria a iniciatia ,era inevitável.Mas de fato mesmo,contar algo,pouco teriam o que dizer a não ser que pensavam constantemente e ansiavam um pelo outro.Enquanto Camilo aguardava ela falar e dizer o que queria ficou admirando-a e examinando detidamente a mulher com a qual ele pensava futuramente ter uma vida estável e conjunta.Quando Valéria levantou a cabeça,da forma que só ela sabia fazer,e o encarou ele teve o pressentimento de que estava na presença de uma futura ausência  e teve,pela primeira vez,teve medo de perde-la...................continua.......

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