segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Pastél de Queijo...pré final...

Mariana se afastou dando a impressão que tinha ficado contrariada com a intenção dele,o que na verdade Camilo sequer deu importância e nem passou pela sua cabeça pedir desculpas ou qualquer coisa do gênero,pois além de ser coisa que ela devia conviver com frequência também ela valia uma tentativa.Sabia que estava sendo cínico e demonstrando uma arrogância que não sentia,mas o que fez já estava feito e não tinha intenção de tentar remediá-lo.Levantou-se calmamente para dar uma impressão de segurança e auto controle e sem sequer olhar na direção em que ela estava saiu,nem mesmo agradecendo a gratuidade dos pastéis.Ficou parado do lado de fora sem saber exatamente o que fazer ou onde ir e lembrou que um cigarro naquele momento cairia muito bem,logo ele que já há dez anos havia deixado de fumar.Se dirigiu ao carro,abriu a porta e ligou o rádio,escutava sempre seus CDs mas agora preferia alguém falando,mesmo que não prestasse atenção.Reconheceu que estava desorientado ,sem saber o que fazer e pensou com um certo amargor que de repente tudo ficou do avesso,a coisa toda se complicou e a maior vítima,por assim dizer,era ele próprio.Camilo detestava se posicionar como vítima,até porque era um otimista inveterado e achava que fosse o que fosse tudo tinha uma solução e se não tivesse por si só estava solucionado.Ligou o carro e saiu,extranhamente calmo,sem rumo e sem destino definido,mas quando deu por si estava estacionando na frente do edificio onde morava Valéria.Depois ,bem depois,ele consideraria aquilo como uma decisão do subconsciente,a revelia de seu discernimento normal,algo que o ID ou o Ego ou quem quer que fosse tivesse momentâneamente tomado as rédeas de seus atos e decidisse,até porque ele não estava decidindo nada há muito tempo e foi essa a principal causa de Valéria ter extrapolado a situação e exigido,por assim dizer, uma definição.Desceu ,fechou a porta do carro e calmo, mas já com pressa se dirigiu em direção ao prédio de valéria.Nunca em momento algum admitiu que ela não estivesse em casa,que tivesse saido com alguém,a conhecia muito bem e arrematou,ou penso que a conheço,pois dizem os pensadores do nada que ninguém conhece ninguém e é melhor estar preparado para tudo,mas secretamente sabia que não estava .Subiu as escadas,não havia elevador,e apertou a campainha do ap.29.

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