sexta-feira, 11 de maio de 2012

O jogo!

A agitação e o burburinho na casa cheia de gente era apenas o prenúncio do que estava por vir,quando a emoção a flor da pele de cada um não identificava os sentimentos contrastantes e ainda indefinidos.Julia,como responsável maior pelo atendimento de toda aquele exercito de gente,se desdobrava em atender a todos,ela que a todo o momento era solicitada para uma palavra,uma foto,um abraço,sempre solícita e bela em sua alegria contida com certa dificuldade,para que não parecesse esfuziante demais.Do meu canto,acompanhado de alguns amigos observava tudo aquilo,até quando ela foi solicitada por alguém da mesa que eu ocupava para um pedido qualquer e onde todos sempre procuravam,como em todos os lugares,uma resposta,um toque,um afago.No vaivém de pessoas conversando,levantando,caminhando, abriu-se um espaço e Julia se acercou e aproveitando que não havia alguém tão perto que pudesse ouvir lançou de supetão para mim um questionamento que me encontrou desprevenido,e,ainda bem que ela se afastou,pois eu não tinha resposta imediata e seu afastamento permitiu que assimilasse a pergunta.Julia queria saber porque só eu não fazia questão de sua presença,não reclamava sua atenção,não a paparicava,digamos assim.De longe a via circular por outras peças atendendo um e outro e muito de vez em quando lançando um olhar prescrutador em direção onde estávamos.O evento maior chegou e então as emoções se afloraram e a alegria,a tristeza,os lamentos e as  lágrimas se alternavam ,transformando um sorriso de satisfação em um olhar de dor e apreensão.Já mais para perto do fim,quando as indagações de Julia estavam meio escondidas,dando lugar a atenção ao jogo e nada estava ainda definido,mais uma vez pareceu que ela surgiu do nada,com um olhar inquisidor, como a exigir uma resposta, e um meio sorriso mordido,como quem não sabe que resposta receberá.Antes que Julia chegasse,deixei tudo em segundo plano e me aproximei dela e disse em seu ouvido,quase mordendo sua orelha:se eu te chamar não vou querer que te afastes,vou querer tu ao lado.Ela me olhou com os olhos arregalados,onde  foi possível ler sua expressão de falsa surpresa e de satisfação e se foi para  dar continuidade a seus afazeres.Deu para perceber seu andar mais balançado,sua postura mais ereta,algo que interpretei como se ela tivesse recebido boas noticias,como se uma dúvida tivesse deixado se ser.Não a vi mais aquela noite,mas que ela irá voltar não tenho dúvidas,ao menos espero não as ter.

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