segunda-feira, 14 de maio de 2012

Um toco de cabelo !

Nem é uma coisa tão recente,mas foi algo acontecido e que as vezes vem a lembrança,talvez como um marco demarcatório que definiu por um período situações de dependência e de um acasalamento sentimental muito intenso,acasalamento esse que em determinado momento deixou de ser,ou melhor,mudou de status numa estrada na madrugada.  Estava absorvido em afazeres domésticos,após ter cumprido as tarefas que diariamente me propunha quando o toque do celular,aparelho que raramente utilizo,informava de uma mensagem que chegava.O que dizia era algo talvez inusitado,mas estava escrito,era real e urgente.Ana Maria (?),a quem depois de uma noite bem dormida eu a havia levado até a Faculdade ,coisa que decorria cerca de uma hora,pedia com urgência que fosse até lá e levasse uma pinça,pois um toco de cabelo encravado perto do queixo a incomodava e não deixava se concentrar,e como havia uma prova a fazer,precisava estar ligada.Na verdade ninguém conseguiria ver nem se procurasse tal toco,mas na cabeça dela devia parecer uma cabeleira e    de acordo com sua inquietação e vaidade natural feminina aquilo a deixava vulnerável e por deixá-la vulnerável poderia se sair mal e por aí ocorre todo aquele desdobramento psicológico que acontece na cabeça feminina  e que é mais saudável aceitar sem muitas perguntas,pois entender requer um estudo mais apurado e profundo,o que naquele momento não era viável.O fato é que imediatamente,o que fazia sempre que um pedido dela acontecia,peguei a tal pinça ( que nunca mais foi devolvida) e dei jeito de levar para ela .Quando cheguei perto dei um toque no celular para avisar que estava chegando e que ela fosse buscar aquele instrumento precioso.Não demorou quase nada,realmente ela estava angustiada,e ela surgiu maravilhosa em seu sorriso radiante,sei lá se por causa da pinça,ou se por eu a ter atendido ou por me ver de novo,mas faceira,feliz.Disse que iria ao toalete arrancar tal pelo e era possível ver em seu rosto lindo e em seus olhos esverdeados a sua alegria, o seu enlevo.Antes de ir me deu um beijo,um beijo no canto da boca.Fiquei ali parado algum tempo e,reconheço,que foi naquele instante preciso que descobri que a amava e que senti que a recíproca era verdadeira.Momento como aquele não irá se repetir e é por coisas assim que digo que não existe saudade,o que ficam são lembranças.

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