domingo, 17 de fevereiro de 2013

Não se meta !

A noite prometia ser interessante,afinal de contas os fatos do dia indicavam isso.Dia tranquilo,alguns problemas rotineiros solucionados,um lucro bem interessante no Jockey e conversas longínquas cheias de promessas e verdades e desejos comuns . Prometia, e tudo mostrava que seria assim,amigos,olhares interessados e alguns respondidos,naquele eterno vaivém da troca sem compromisso,quando o verdadeiro interesse está longe,e não é possível  fazer uso de suas benesses.A polenta frita,o pão de alho e a terceira caipira (o que conduz obrigatoriamente à rota alternativa para retornar a casa) ,se alternavam e as conversas corriam soltas e alegres . Sentados em uma mesa contígua  logo a frente estava um casal e se de repente a moça não se levantasse com o dedo em riste e falando alto,sequer teriam sido notados.Pegos de surpresa prestamos atenção ao caso para se inteirar do que acontecia,e entre acusações e xingamentos próprios . Antes que a coisa esquentasse mais, chegaram os apaziguadores e, sem saber como aconteceu,enquanto o rapaz saia para um canto a moça surgia sentada e agitada ainda,na cadeira desocupada em minha mesa,que na verdade nem mesa é,é um local exclusivo e só usado por mim.Enquanto ela procurava se controlar e pouco a pouco se acalmar,foi tentado um diálogo daqueles tradicionais,tipo isso acontece,conversando a gente se entende,aquele papo velho e gasto mas que ainda surte algum efeito.De qualquer forma ali ela ficou abrigada,sequer sei até hoje seu nome e mesmo que ainda estivesse agitada e fizesse críticas a seu parceiro com palavras pouco lisonjeiras,foi acalmada e retemperada com água mineral ( com gás) e conversas amenas.Não demorou muito e os ânimos já serenados o companheiro retornou de seu "exílio" e voltaram a ficar juntos,logo indo embora.Tenho a impressão que a atuação e o atendimento conjunto ao casal,mesmo que ela tenha sentado ali sem motivo aparente,talvez como o refúgio mais a mão naquele instante,colaborou para resolver o impasse .O que ficou claramente demonstrado mais uma vez é que não se deve tomar partido e sequer se meter em brigas de casais,pois evita-se o risco de ficar de mal com um ou com os dois,pois algum tempo após o fato,ambos estavam lá novamente,alegres e faceiros e nem reconheceram ou deram boa noite a seus "protetores".Outra coisa que chama a atenção é que nesses momentos de estresse emocional as pessoas perdem a claridade visual e até acho que não distinguem,veem apenas um borrão.Talvez esteja aí a explicação para não termos sido reconhecidos.

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