Sempre achei que somos um pássaro e que,como tal,sem asas não voa.Toda a vez que um não está,e isso é algo muito presente,falta algo para alçar voo e não se alça aos céus.Por isso tenho me valido de recursos mais comuns e que estão disponíveis ,para iludir tua presença e assim enganar tua ausência.Hoje,por exemplo,acordei inquieto e desconfiado,inquieto por que sonhei contigo e quando acordo fico contrariado pelo vazio e desconfiado porque lá no fundo pulsava uma vaga esperança de te ver.Quando acordei de todo e me convenci que não te veria,peguei tuas fotos,duas das que mais gosto e coloquei no mural.Pronto,estás ali a me observar e, até agora enquanto escrevo ficas olhando e dando palpites imaginários,mas que acabam por serem transpostos para a tela do note.Numa ocasião dessas até roubei um beijo,que nem chegou a ser tão roubado,pois tive a impressão que correspondeste e deste resposta à ele,e quando me afastei de tua imagem me pareceu que sorrias,aquele sorriso meio encabulado,meio matreiro.Qualquer dia desses ,quando a coisa toda ficar muito próxima do intolerável,é bem possível que percorra esses muitos quilômetros para te fazer uma surpresa e te ver,sentir teu cheiro logo que entrar na cidade e sei que será surpresa grande.Quanto aqui,jamais será surpresa,estou sempre te esperando,todos os dias,a qualquer hora.
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