quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Uma canção !

Não sei definir exatamente o que aconteceu, nem porque foi assim.O mais provável é que de repente tenha batido uma vontade imensa de te ver,te tocar,conviver com tua imensidão  de mulheres que reúnem numa só  e possuem todos os encantos possíveis de encontrar.Sei que isso não requer interpretações explicativas e nem relatos psicanalíticos, que de tão fantasiosos acabam por transformar água em vinho.Mas aconteceu, e para meu entendimento foi só tua lembrança e,quando possível,tua presença ,causam esse impacto e essa efervescência em mim.Estava,como sempre estou,com vontade de te ver, falar contigo,de te tocar,de sentir tua pele arrepiar e teus olhos se arregalarem de emoção.Só isso.Não é necessário buscar razões que não existem.para explicar o que não necessita de explicação.Foi algo automático,como se tivesse sido programado e exaustivamente ensaiado e quando estacionei o carro e abri a porta estava definido o que seria feito.Passei direto pela mesa  de minha parceria,lá no Água,recanto sagrado de todos os segredos e todas as lamúrias  e me dirigi resoluto em direção ao canto elevado onde o cantor,também velho conhecido,se apresenta e na hora se apresentava..Tenho a impressão que Joca percebeu minha intenção e quase que de forma automata me estendeu a mão oferendo o microfone,e eu cantei, e de repente me parecia ser alguém que transmitia emoções a todos que ali as buscavam,a todos que de alguma forma tinham vontade de dizer algo,fosse comemorando uma nova paixão,fosse   lamentando um amor que se foi.Lembro vagamente que  me senti meio aéreo e que comecei a música já pelo seu meio,mas mesmo assim entendi que muitos queriam dizer aquilo para alguém,que muitos não queriam ouvir isso de determinada pessoa,mas que de uma forma ou de outra aquelas palavras representavam em cada caso específico uma situação contraditória no aspecto global,mas toda lidavam com uma das coisas mais pertinentes ao ser humano,lidavam com a esperança.Depois do aplauso farto e volumoso e de não repetir o bis solicitado,acho que voltei ao estado de normalidade e  me dirigi à meu canto,quando apenas pedi ao garçom a caipira de sempre e ,o pão de alho e a polenta crocante,com queijo ralado,claro.Ah,a música que cantei diz assim::você não sabe,mas é que eu tenho cicatrizes que a vida fez,e tenho medo,de sofrer e chorar outra vez....Todos sabem ,é do Rei e só eu sei e tu sabe agora que é preciso e imperioso fugir,mas que não será possível.Porque?Porque não é o que desejo,fugir não faz parte do meu vocabulário.

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