Sei que seria mais agradável se em todo nosso tempo de existência não tivéssemos deixado pelos caminhos andados sempre um pedaço qualquer.E quanto mais se alonga essa vida,de qualquer um,são tantos, que se fosse possível juntá-los certamente faria outra pessoa idêntica e toda retalhada pelo ajuntamento desordenado e informe.Mas se é assim que tudo funciona e se,de uma forma ou outra,reclamando ou se adaptando,aceitamos vivê-la,o melhor que temos é enfrentar e tirar o melhor disso,como diz o ditado popular fazer desa massa uma panqueca,com bom recheio de preferência. Talvez uma das causas que mais contribua para isso seja a mania que temos de na maioria das ocasiões ficar no quase,quase disse,quase fiz,apenas pelo medo de se machucar,se quebrar.Entretanto,quem não se quebra fica sem saber o quanto é bom recolher os pedaços um a um e colar para começar tudo outra vez,mesmo cheio de cicatrizes que apenas demonstram que outras experiências foram vividas.É claro que tem o tempo e o processo da dor,doloroso,doído,sofrido,mas que ajuda a formar a carapaça para superá-lo e buscar pessoas,coisas e tempos mais afins.E nesse meio tempo,no entreato que ocorre entre o inicio e o ocaso,sempre acontecem coisas que deixam sua marca e é dai que se soltam os pedaços,mas tem também o prazer que foi tirado dele,seja de que matéria ou forma tenha sido.Por isso eu entendo que ,quanto mais cedo melhor,deixemos de lado de uma vez por todas esse temor quase que generalizado de se expor,se mostrar,dizer eu sou assim e quem me quiser vai ter que ser dessa forma,desse jeito que sou.Até posso ser melhorado dentro de outra ótica,mas o meu melhor tem que ser assim como me aceito,como sei fazer,esquecendo o quase fiz.Faça.
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