terça-feira, 27 de março de 2012

No limite !

Da mesma forma como acontece com as músicas,aquelas que deixaram marcas por algum motivo especial em nossa adolescência ou em qualquer tempo nosso,quem aprecia cinema e tem por costume assistir filmes que julgue interessantes,acaba naturalmente elegendo aqueles que no seu entendimento mais se aproximam do que deseja ou entende ser o melhor.Como qualquer um que viveu períodos bastante longos e sempre renovados envolvido com todo tipo de amores e desamores e que através disso teve suficiente auto crítica para determinar quando certo ou quando errado, e dai aprender um pouco mais de cada vez,também tive minhas músicas que cantava no ouvido das pretendidas,muitas vezes dizendo que eram palavras do momento e uma  criação emocionada da hora e portanto como autor.Mas isso é história para outro ocasião ,e o que pretendo abordar hoje são filmes que ficaram gravados e porque isso aconteceu.Se perguntarem quais os melhores a resposta é imediata,Poderoso Chefão,Perfume de Mulher,Meia noite em Paris e por aí a fora,muitos excelentes filmes.Mas dois nem tão badalados e sequer concorrentes a premiações do gênero ficaram marcados,digamos assim, como ficam gravadas pequenas cenas do dia a dia de cada um e por isso importantes.Falo de Na Linha do Tempo e A Princesa e o Plebeu (versão moderna ).Ambos tratam de situações limites,aquelas que além de inesperadas e até por isso mesmo, acabam por determinar toda a linha de vida de uma ou várias pessoas.No primeiro um cientista atravessa a linha do tempo e encontra em outra época que não a sua a mulher de sua vida,tanto a de agora como a de ontem e de amanhã.E ,na hora de voltar à seu tempo e sua época verdaddeira ele compreende que não há sentido nenhum em viver em qualquer época se não estiver a seu lado aquela que encontrou noutro tempo.E decide não voltar,e fica ,e é feliz.Foi uma renúncia ou foi uma descoberta e é isso que me encantou,a coragem de decidir pelo coração,arriscar.No outro a decisão pela razão,pelos compromissos familiares e históricos,pela representatividade e responsabilidade que deveriam nortear uma existência que havia sido programada para aquilo.Ela estava presa a compromissos aos quais não poderia faltar e ao conhecer  aquela coisa que eu chamo de aconchego,cumplicidade,coisas inerentes ao amor maior,balançou seus antigos ideais,mas que por força da razão acabaram por se sobrepor ao sentimento.A pergunta que vem a tona sempre que lembro dos dois,pois se lembro de um o outro entra em cena também,é que um viveu intensamente seus sonhos e certamente teria em  cada dia uma bela lembrança diferente e com perspectivas de tornar isso infinito.  A outra teria todos os poderes  e todos os bens materiais mas as lembranças que poderiam lhe embalar seriam sempre as mesmas,quando não teve a coragem de quebrar tabus, cruzar fronteiras além do pensamento,abdicando assim de um outro tipo de felicidade,que ela jamais teria.

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