terça-feira, 22 de junho de 2010

Letra e música

Eliza entrou em pânico quando vislumbrou através do reflexo da porta envidraçada o vulto de seu antigo parceiro que se aproximava.Pela posição onde se encontrava e pelo roteiro lógico que ele desenvolvia seria quase impossível não se verem e ela não queria encontrá-lo,não estava preparada para repentinamente relembrar tantos sonhos que havia jogado fora,do arrependimento que sentia e que sabia que seria recorrente por muito tempo,talvez para sempre em sua vida.Tentando uma maneira de ficar menos visível colocando a cadeira em posição que a colocava de costas ainda teve tempo de falar para sua companheira quase como um lamento sofrido eu não quero falar com ele e pálida e apavorada ficou.Como explicar que todo aquele amor,aquela atração recíproca,a sensação maravilhosa de andarem juntos,os toques mútuos e irreprimíveis foram deixados de lado apenas para não se opor a uma obediência fraternal e psicológica,numa espécie de síndrome de coitadismo que vem a ser a variação gaudéria do masoquismo.Sua cabeça e seu corpo ansiavam por tudo aquilo e tinha certeza que um dia,não sabia quando,iria se rebelar e talvez então fosse tarde demais,o lugar que era seu poderia estar ocupado por ,talvez,alguém que não foi covarde e ambivalente como ela.Ele passou como se não a tivesse visto pois reconheceu o drama dela já que a conhecia bem e Eliza que não queria falar com ele sentiu uma tremenda frustração por ele não ter falado com ela.Sem querer cantarolou a antiga música do Rei: não adianta nem tentar,me(te) esquecer,durante muito tempo em minha vida ele vai viver...

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