terça-feira, 22 de junho de 2010

Ultime lacrime di Eliza

A conversa que Eliza havia mantido com uma pessoa desconhecida não lhe saia do pensamento e talvez pelo fato de não se conhecerem foi possível cada um dizer realmente o que pensava e sem querer,pois não havia precedentes,bater exatamente na cabeça do prego.Há bastante tempo ela se submetia quase sem nenhum questionamento ao que certas pessoas com intimidade falavam e invariavelmente acabava fazendo o que elas diziam.De seu próprio pensar,nada,estava cada dia se esvaziando mais,cada dia mais dependente,logo ela que havia vencido um a um tantos obstáculos para chegar onde agora estava.Quando ele afirmou que ela Eliza passava a nítida impressão de que estava ,no sentido figurado,cheia de poeira,que precisava dar uma espanada em sua vida,que pelo jeito há um bom tempo não tinha alguém que se interessasse por ela como mulher,que não estava sendo acarinhada e que já havia esquecido a ultima vez que haviam dito que era importante ,foi como se alguma luz tivesse sido acesa,um clarão amplo em sua cabeça iluminou os cantos até então escuros e que precisavam de alguma atenção,ser rejuvenescidos.

Após um dia estafante,onde o corre corre de fim de semana faz com que cada um se desdobre em vários ,Eliza só queria era ir para casa descansar ,havia decidido não sair e para isso se organizou comprando tudo o que entendia que poderia precisar e sequer se preocupou em avisar seus habituais companheiros,ficar só era o que ambicionava.Ao abrir a porta do apto. o telefone pegou-a de surpresa tocando de uma forma que para ela era diferente e precipitou-se a atender com a certeza de que era seu guru fantasma,como o chamava.Logicamente não poderia ser, ela concluiu após atender e desligar,mas intimamente sentiu-se frustrada,queria que tivesse sido ele,não entendia porque,mas chegou a acreditar.Eliza se sentia indócil,elétrica,qualquer ruído a sobressaltava e a colocava em estado de alerta.Concluiu que um banho bem quente e demorado a colocaria em seu estado habitual,sempre calma e controlada e obsessivamente determinada.Sentindo-se suada e desconfortável tirou a roupa lentamente e entrou no Box do chuveiro abrindo o registro de água liberando um jato forte e volumoso.

O jato de água quente fez com que Eliza deixasse escapar um suspiro de alivio,como se estivesse afastando de dentro de si um monte de frustrações.A roupa suada,o sopro eliminando ânsias represadas ,ela pensou,já é meio caminho andado agora é curtir esse momento intimo.Pegou seu sabonete preferido,composto de ervas finas e flor de pêssego para ensaboar-se quando lhe veio a mente as palavras do guru fantasma e sem saber explicar porque desejou que ele estivesse ali para ensaboá-la e depois fazerem amor debaixo d”água.esse pensamento inesperado e inexplicável a perturbou e excito-u-a profundamente,tanto que ao ensaboar os seios observou os mamilos endurecidos e sensíveis,como lembrando quanto tempo já havia passado sem transar,sem ser fodida,sem foder ninguém,tanto tempo que poderia afirmar que era quase virgem.Mesmo com a água do chuveiro escorrendo em seu corpo ela sentia gotas de suor em seu corpo e assustou-se com o compasso acelerado de seu batimento cardíaco,coisa que logo esqueceu pois estava demasiadamente empolgada com a reação de seu corpo se eriçando a seu próprio toque .Tentou ainda se esquivar de suas reações filosofando ,como sempre usou para se auto defender,pensando que a ausência e a presença são irmãs siamesas e são obrigadas a se entenderem.No envolvimento incontrolável que se estabeleceu,Elisa tinha permanentemente na lembrança a imagem difusa do seu Fantasma,desconhecida e sem forma definida,apenas o nome que ela criou abrangia tudo.Seu grau de excitação era tal que no momento que roçou o sabonete na vagina imediatamente o largou e ficou com as duas mãos numa forma de abraço e nesse momento sentiu que teria o tão sonhado orgasmo e teve dois ou três simultâneos e comprovados pela presença imediata da “petit mort”,coisa que só a mulher pode ter.Ali,naquele momento,sentada no chão do banheiro com a água escorrendo e exausta ela aguardou bastante tempo até sentir que as pernas não estavam bambas e a sustentariam.Nunca havia sentido aquela sensação de felicidade total ,como se tivesse encontrado as coisas com as quais sempre sonhou,mas tinha consciência que era a sua cabeça que havia mudado e mostrava finalmente qual o melhor caminho,que seria aquele que ela determinasse.Ali,naquele exato momento ela soube que se daria bem e que a tal felicidade tem vários nomes e por que não um nome ainda desconhecido?Levantou-se e enrolou-se na toalha indo em direção ai quarto onde chegou e jogou-se na cama assim mesmo como estava.Queria dormir e antes de sofrer o infarto que a mataria pensou vagamente em dar um jeito de conhecer Fantasma.

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