Não tenho certeza mas acho que foi nesses papos de bar em fim de noite em época quase carnavalesca, que peguei assim meio pelo ar a frase que alguém por trás de um copo meio vazio dizia quase uma sentença profética, quase um pré estado depressionário.Sei lá se o infeliz em pauta estava lamentando algo acontecido ou prevendo a sua própria desgraça,mas o fato é que ele dizia com ares professorais que nós temos ,todos,não deixava ninguém como exceção,três invernos na vida.Estava um calor de rachar e o desgraçado falando em frio,e afirmava que um é frio,outro chuvoso e o ultimo frio e chuvoso e que todos passavam algum dia por temporais eventuais e divagava que tanto podia ser neve ou granizo ou geada,que podia matar qualquer amor ( aí ele entrou no assunto que queria falar) ou fazer mais quente o calor que daí ,desse frio todo,fosse gerado e que aqueceria tudo novamente e que dependia de cada um a periodicidade disso ou não.Enquanto ele discursava para todos que estavam mais ou menos por perto e para ninguém ao mesmo tempo naquela ladainha já conhecida de outros carnavais e sem ficar conhecendo se a menina (ou menino?),sei lá as coisas estão muto embaralhadas,se foi para outros festejos e o deixou a ver coisa alguma ,fui em bora por mesmo com ar o calor estava angustiante e quando suado me sinto sujo e fedorento,mesmo que estivesse usando o meu querido Visit Azzaro.Ao me dirigir para casa ,fazendo caminhos alternativos para fugir das blitz arrecadatórias ,me acompanhou a frase do meio gambá do bar,e pensando mais detidamente cheguei a conclusão que em parte deveria concordar com ele,mesmo que estivesse noutra situação e a dona do bar cada vez mais linda,queimadinha e criando condições de acessibilidade.Para que a citação ficasse bem palatável deveria acrescentar que em todos esses invernos sempre é necessário deixar de prontidão uma válvula de escape,uma porta para um verão qualquer,ou até para uma primavera florida,aquecida pelo calor de um corpo quente .
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